
Markku Alén, o finlandês voador regressou a Arganil
Instalada no edifício da antiga Cerâmica Arganilense entretanto recuperada, a exposição “Arganil – Capital do Rally” contou com a presença de Markku Alén, o finlandês voador nos dias 13 e 14 de Fevereiro. A possibilidade de interagir com um dos maiores ícones do desporto motorizado em Portugal, mobilizou uma forte adesão dos aficionados dos Ralis, recordo que Alén venceu cinco Ralis de Portugal.
Ainda uma ressalva quanto ao espaço onde a exposição se encontra, o edifício da antiga Cerâmica Arganilense. Extraordinário espaço e um exemplo de como transformar algo, com inteligência, criatividade e brilhantismo.
Pessoalmente, o meu piloto de eleição foi um outro Finlandês de nome Juha Kankkunen. Ambos “correram” na mesma equipa, a Lancia entre 1987-90. Acho que todos os amantes desta modalidade se recordam do carro perfeito que era o Lancia Delta Integralle e o espectáculo que dava. Era um carro bastante equilibrado e fiável para o tipo de ralis mais endurance de então. Foi considerado pelo programa Top Gear, o melhor carro alguma vez construído.
Voltando a Markku Alén, recordo-me de o ver na linha de partida em troços como o de Castanheira de Pera – Lousã, Lousã-Relvas ou mesmo em Góis. Pena nessa altura os telemóveis não terem câmara fotográfica. Esperem, nem havia telemóveis, enfim como o tempo passou.
Nesta altura o Rali de Portugal era misto, com longas classificativas e chegou a ter algumas noturnas. Nos primeiros dias de prova era em asfalto e depois em terra batida, sendo que nessa época o Rali percorria praticamente o Norte e Centro em seis dias de prova efectiva.
Talvez um de dois episódios mais falados que envolvem Alén em Portugal foi a famosa perda de uma roda dianteira do seu Fiat 131 Abarth em Sintra em 1981 e que apesar de tudo levou a uma fantástica recuperação nesse Rali. Pode-se ver aqui a reportagem sobre esse “tesouro histórico”.
A outra, mencionada até por diversas vezes na tertúlia com Alén em Arganil, foi o “milagre dos 4 minutos“ um ano antes. Alén perde quatro minutos e 40 segundos para Walter Rohrl que faz um tempo canhão num dia de nevoeiro completamente cerrado, valendo-lhe o facto de algumas horas antes ainda no hotel e antes de adormecer, ter percorrido mentalmente os 42km da classificativa, acabando assim com todas as esperanças de Alén vencer o Rali nesse ano.
Markku Alén foi também um dos privilegiados que guiou na Era dos famosos grupo B, o Lancia 037.

Lancia Delta Integralle
Markku Alén nasceu em Helsínquia, em 1951 e foi um dos pilotos da Finlândia que mais personificou o termo finlandês voador. Markku Alén que cito, “Pilotar um carro de ralis só faz sentido se for em máximo ataque. Para andar a 90%, cauteloso, e ficar em 10.º ou 11.º, mais vale ficar em casa. Tens que andar a 110%. Ou capotas, ou ganhas, mas serás sempre lembrado” ficou para sempre reconhecido como o “Maximum attack”.
Alén nunca foi campeão do mundo de ralis. Este título começou a ser atribuído oficialmente em 1979 e Alén ganhou a antecessora do Mundial WRC, a Taça FIA no ano antes em 1978. Apesar de tudo Alén é reconhecido como um dos melhores pilotos de sempre no mundo da história dos ralis.

Fonte: Wikipedia

Markku Alén

Lancia 037

Ford RS 200

Renault 4L