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by jorgenunes BLOGUE 5 Janeiro, 2025

O Segredo dos nossos dados

A informação passou a ser dos recursos mais valiosos do mundo. Cada clique, cada interação e cada segundo que passamos online geram dados que são recolhidos, analisados e utilizados quer por empresas quer por governos. Mas até que ponto temos consciência do que acontece com as nossas informações pessoais? Quem é que realmente controla estes dados e quais são as implicações para a nossa privacidade e liberdade?

O segredo dos nossos dados, está mesmo em segredo?

Clive Humby, um matemático britânico e pioneiro na análise de dados, refere que os dados são o novo petróleo. Certo é que grandes empresas de tecnologia têm construído verdadeiros impérios baseados na recolha e análise de informações dos utilizadores, os dados. A Google, Facebook, Amazon e tantas outras empresas, dependem dos nossos dados para otimizar todos os seus serviços para assim direcionar anúncios e, mais preocupante ainda, prever e influenciar comportamentos. Através de algoritmos finos, estas empresas conseguem mapear interesses, antecipar desejos e até manipular decisões. O que antes era apenas publicidade personalizada, agora extravasa a áreas como a política, economia e até mesmo à saúde. A questão é: até que ponto estamos dispostos a trocar a nossa privacidade por conveniência?

Muitas plataformas continuam a afirmar que nós enquanto utilizadores, temos o poder de controlar os nossos dados, através das configurações de privacidade. Estas opções no entanto, são na maioria das vezes, complexas e “escondidas” em longos termos de uso que poucos têm vontade de ler. Mesmo após ajustarmos as nossas preferências, continuamos a fornecer dados a cada interação digital, muitas vezes sem nos apercebermos. Há ainda uma falta de transparência sobre como estas informações são utilizadas. Por exemplo, os dados que partilhamos com uma aplicação podem ser vendidos a terceiros sem o nosso conhecimento. Estas empresas utilizam os nossos dados para criar perfis detalhados (personas) que podem ser usados para nos vender produtos, moldar opiniões políticas ou influenciar comportamentos, tudo isto de forma imperceptível.

As redes sociais são um claro exemplos de como os dados são usados para moldar comportamentos. Os algoritmos determinam o que vemos nos nossos feeds, priorizando conteúdos que geram maior envolvimento, criando bolhas de informação, onde somos expostos apenas a opiniões semelhantes às nossas, reforçando crenças e dificultando um debate saudável. Este fenómeno contribui para a tão mencionada polarização da sociedade, já que diferentes grupos recebem informações distintas e muitas vezes manipuladas. A propagação de fake news é assim facilitada, pois conteúdos sensacionalistas tendem a gerar mais interações e, consequentemente, são mais promovidos pelos algoritmos. O exemplo da ida do homem à Lua, é flagrante.

Este uso de dados não é limitado apenas às empresas e ao privado. Os Governos também estão a recorrer à vigilância digital para monitorizar cidadãos sob o pretexto de uma segurança nacional. Tecnologias de reconhecimento facial, monitorização de redes sociais e armazenamento massivo de comunicações, são algumas das ferramentas utilizadas. Estas medidas, embora sejam muitas vezes justificadas como forma de combater o crime, têm a sua implementação sem regulamentação adequada o representa uma ameaça às liberdades individuais. A privacidade é um direito fundamental e, quando comprometida, pode levar a um estado de vigilância constante onde cada ação é registada e potencialmente usada contra as pessoas.

Os dados também não são usados apenas para publicidade e segurança. Empresas de saúde e seguradoras estão cada vez mais interessadas nas informações médicas e nos hábitos das pessoas. Com o avanço da inteligência artificial, já é possível prever doenças e criar tratamentos personalizados baseados em análise de grandes volumes de dados. Esta utilização levanta também ela, questões éticas. Se os dados de saúde forem utilizados de forma inadequada, podem levar à discriminação no acesso tanto a seguros como até no acesso ao emprego. Uma pessoa com um histórico de doenças pode ver as suas oportunidades reduzidas devido a perfis de risco que as próprias empresas criam. Também aqui, a falta de regulamentação adequada pode resultar em injustiças e aumentar as desigualdades sociais.

Chegámos ao Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD). A União Europeia foi um dos primeiros a dar passos para tentar devolver aos cidadãos o controlo sobre os seus dados. Ainda assim, muitas empresas procuram formas de contornar estas leis, tornando assim necessário um reforço nas políticas de proteção de dados. A legislação pode e deve evoluir para garantir maior transparência e responsabilização das empresas que recolhem e utilizam os nossos dados. Os cidadãos também necessitam de mais ferramentas para estar mais conscientes sobre como os seus dados são tratados e exigir mais proteção e direitos sobre as suas próprias informações.

A responsabilidade também recai assim sobre cada um de nós. A nossa responsabilização e conhecimento sobre o tema. Pequenas ações, como verificar que permissões são ou não concedidas às aplicações, a utilização de navegadores focados na privacidade e evitar também o uso excessivo de redes sociais. São tudo ações que podem fazer a diferença. Também o recurso a ferramentas como VPNs, bloqueadores de rastreadores e motores de busca alternativos podem ajudar a minimizar a nossa exposição online. Mais importante ainda, precisamos de promover a literacia digital. Devemos ter presente desde cedo a importância da privacidade e os riscos associados à partilha excessiva de informações. A consciencialização é a primeira linha de defesa contra a exploração dos nossos dados.

O segredo dos nossos dados é que, na realidade, eles deixaram de ser nossos. Vivemos numa sociedade onde a informação tornou-se numa moeda de troca, e a nossa privacidade é o preço a pagar pela nossa conveniência digital. Estaremos condenados a este destino? Com uma regulamentação adequada, maior transparência e mudanças nos nossos hábitos, podemos ainda recuperar parte do controlo sobre parte ou mesmo um todo das nossas informações.

A questão principal que se coloca é: estamos dispostos a lutar por este direito ou vamos continuar a ceder os nossos dados em troca de um mundo aparentemente mais conectado, mas profundamente e cada vez mais controlado?

 

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