
Histórias do Rali de Portugal – Vascão 2013
Passado praticamente um ano, volto novamente com histórias do Rali de Portugal. Nesta senda, trago-vos a fantástica classificativa do Vascão, realizada a um sábado, 13 de abril do saudoso ano de 2013. O Rali de Portugal deste ano, foi a 4ª prova do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC). 15 classificativas num total de 387 km cronometrados com uma Super Especial junto ao Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa no primeiro dia de prova. No Vascão, pudemos contar com as normais duas passagens, mais uma passagem do Campeonato Open de Ralis.
Começando pelo princípio. E o princípio é a saída de Castanheira de Pera logicamente. Neste ano o Paulo Henriques (Coentral) e o Tiago Henriques (Castanheira de Pera) foram os meus companheiros de “aventura”. Apenas uma nota, o exercício mental que tenho de ir fazendo à medida que escrevo… fantástico.
Saímos então na sexta-feira ao final da tarde, dia 12 de abril, tendo parado e sendo muito bem servidos para jantar, na Pedra do Altar em Proença-a-Nova, no “Restaurante Os Amigos”.
Portanto, o caminho escolhido para uma viagem noturna e tranquila foi pelo interior alentejano. Cerca de 380km como podem ver na imagem. E logo aqui, um pequeno percalço que acabou por também marcar a história desta viagem. Estávamos a chegar a Almodôvar, e o meu carro sofrendo de baixa densidade de luz nos seus faróis, levava nas zonas mais escuras da estrada, os faróis de nevoeiro ligados. O Tiago ia na frente e fomos sempre na conversa, enquanto o Paulo dormia (normal) deitado no banco detrás. Ora, como dizia, mesmo a chegar a Almodôvar, vindo de Beja, havia uma lomba muito, mas muito pouco simpática. Ora não vinha muito depressa, no entanto o Paulo descolou no banco lá atrás e deve ter ficado alguns segundos em gravidade zero. Foi a risota geral, tal o pequeno voo que o carro nos proporcionou. A juntar a tudo isto, a cereja no topo do bolo. De frente vinha um carro da GNR, que nos mandou parar. Parados, lado a lado, carro com carro, janela com janela, enquanto avisamos o Paulo para não se levantar, sou informado com um… “– Caro condutor, não está nevoeiro!“. Enquanto justificava o porquê dos faróis de nevoeiro ligados, notei que a agente que seguia a pendura, não parava de rir de forma muito controlada. Enfim, os agentes foram muito simpáticos após explicação angelical, seguimos de imediato viagem. Chegámos à Zona Espetáculo da classificativa por volta das 3h30 da madrugada.
Zona Espetáculo
Monte Branco – Vascão
Chegados então à classificativa e tendo o carro estacionado, foi hora de tentar descansar um pouco para então estarmos em forma para um dia inteiro cheio de Rali. Um dia como disse anteriormente, que também iria ficar marcado pela presença do Campeonato Open de Ralis. Um belo intervalo entre as duas passagens da classe rainha.
Não mais que duas horas de “descanso”, era hora de “levantar”. Até aqui, o desconhecimento de onde estávamos e para onde iríamos era total. Penso que na altura fiz umas breves pesquisas na Internet e através das mesmas, este foi o local então escolhido. Já tinha estado em Santana da Serra, em Ourique e Almodôvar. Uma coisa posso desde já adiantar, que belo local este. Chamava-se, e chama-se Monte Branco e ficava mesmo junto a um afluente do Rio Vascão que passa ali perto e que delimita os Distritos de Beja e Faro. Aqui haviam vários spots incríveis, sendo que um deles incluía a passagem sobre um riacho, um splash lindíssimo e que viriam a dar umas belas fotografias.
Logo a sair do carro, para então vermos com os nossos próprios olhos as maravilhas desta paisagem e classificativa do Rali em pleno Baixo Alentejo, somos brindados com uma autêntica “discoteca”. O que nos rimos, mais uma vez, tal era o fumo branco que ia saindo de dentro da tenda improvisada com um pneu gigante onde podia ler-se, “Clube Seca Adegas”. Genial.
Percebemos então de imediato, mal o sol nasceu, do potencial não só deste local escolhido, como de toda a classificativa. A melhor que assisti no Algarve.
1ª Passagem
Na primeira passagem do Rali, o local escolhido era muito concorrido claro. Do cimo de um pequeno monte, a mais ou menos 50 metros de onde passavam os carros, coloquei a minha objetiva 200mm a trabalhar. A chegada à passagem sobre a água do tal riacho, afluente do Rio Vascão, era bastante rápida e proporcionava fotos magníficas.
Apesar de estarmos numa zona espetáculo, esta em concreto tinha imenso espaço para se circular e permitia que facilmente obtivéssemos vários enquadramentos para ver as máquinas. O ambiente era típico de uma prova de Ralis em Portugal, muita gente, muita bebida e muita animação.
Ainda neste local, estava presente uma curiosa “caravana” de Fiat Panda 4×4.
Campeonato Open de Ralis
Entre as duas passagens por esta classificativa, marcaram presença 30 inscritos do Campeonato Open de Ralis. Uma prova extra campeonato neste ano. Os pilotos tiveram duas passagens pelos troços do Vascão e de Loulé. No total foram 387 quilómetros, dos quais 98 foram cronometrados.
Tratou-se de uma bonita oportunidade, pois pilotos e máquinas “desfilaram” numa etapa do Mundial de Ralis, onde estava presente muito público, assim como toda uma visibilidade incrível ao nível de imprensa. Foram então 30 máquinas que fizeram parte do elenco de inscritos. Nela constaram nomes como Ricardo Teodósio, Fernando Peres, José Merceano, Luís Mota, Carlos Martins, Paulo Meireles, Gil Antunes, Pedro Lança e Paulo Sousa. Na devida proporção, em nada ficaram a dever aos da classe rainha. No final, podem ver as fotografias clicando para o álbum fotografias.
2ª Passagem
Na segunda passagem da caravana do WRC, desloquei-me mais para a zona por onde tinha chegado à classificativa. Do cimo de um monte típico alentejano víamos os carros a chegar da direita para a esquerda ao fundo e depois com uma travagem a fundo, faziam uma fantástica direita num ângulo muito apertado, em que quase paravam. Na imagem alusiva a este artigo pode ver-se esse momento. Era mais um trecho de muito bom espetáculo e de muito boas imagens.
Como nota final, nesta segunda passagem dei de caras com uma amiga de infância que já não via há algum tempo. Do Coentral para Almodôvar, ali tão perto… só que não.
Classificação Rali de Portugal 2013
1. | ![]() |
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Volkswagen Polo R WRC | 4:07:38.7 | 0.0 | |
2. | ![]() |
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Citroën DS3 WRC | 4:08:36.9 | 58.2 | |
3. | ![]() |
![]() |
Volkswagen Polo R WRC | 4:11:43.2 | 4:04.5 | |
4. | ![]() |
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Ford Fiesta RS WRC | 4:13:06.4 | 5:27.7 | |
5. | ![]() |
![]() |
Ford Fiesta RS WRC | 4:15:22.2 | 7:43.5 | |
6. | ![]() |
![]() |
Volkswagen Polo R WRC | 4:17:18.5 | 9:39.8 | |
7. | ![]() |
![]() |
Ford Fiesta RS WRC | 4:22:42.9 | 15:04.2 | |
8. | ![]() |
![]() |
Ford Fiesta RS WRC | 4:23:22.3 | 15:43.6 | |
9. | ![]() |
![]() |
Citroën DS3 WRC | 4:23:35.6 | 15:56.9 |
Melhor Português
1. (18.) | ![]() |
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Mitsubishi Lancer Evolution X | 4:46:11.4 | 0:00.0 |
Notas Finais
Foi de facto um dia para recordar. A cada dia que passa e que fica cada vez a uma maior distância, a saudade proporcionalmente também cresce. Termino, deixando aqui um forte abraço ao Tiago e ao Paulo.
Espero que tenham gostado, mais um relato de mais um Rali. Certamente, se és amante dos Ralis, histórias não te devem faltar. Algum episódio particular que queiram partilhar aqui, força! 🙂
Um forte abraço a todos,
Jorge
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